Uma das coisas que têm me servido de assunto ultimamente em política é a evolução do PSOL ao longo de seus não muito longos anos de vida. Nasceu já com certa força, incorporada da luta do PT. Seus quadros não eram sindicalistas sem experiência partidária ou esquerdistas sem história, que vieram do nada. Os integrantes do PSOL eram deputados, senadores, gente conhecida. Quadros do PT. Dissidentes.
Então, nasceu já crescidinho. Veio ao mundo criado. E ainda com a força adicional de contar com a defesa da ética, da moralidade. Quase chegou a parecer um PT melhorado, um PT das antigas, mas já com a tal força inicial que o PT das antigas não tinha. Ou seja, tinha tudo pra dar certo, pra crescer entre a esquerda.
Mas diminuiu. Heloísa Helena fez nas eleições presidenciais que disputou uma votação mirradinha. Confesso que eu esperava mais. Depois disso, a coisa degringolou de vez. Sumido dos jornais, parece que sumiu também da política. De partido de médio porte, tornou-se nanico. Comparo o papel de Marina Silva hoje com o de Heloísa Helena quatro anos atrás. Era aquela que não tinha chance, mas que aparecia, incomodava, dizia a que vinha. Hoje, Plínio de Arruda Sampaio, que deve ser o nome do partido nas eleições, não figura entre os grandes ou médios.
Um dos motivos é que os quadros do PSOL saíram do PT mas levaram consigo toda a experiência negativa que tiveram no ex-partido. Tendências. Divisão, rachas, disputas, brigas internas. A coisa anda feia por lá, as lideranças estão se bicando.
Mas outros movimentos menores dão o exemplo. No DCE da UFRGS, de quatro chapas, três eram de esquerda e uma de direita. Se eu já criticava até a divisão entre PT e PSOL, que deviam formar uma chapa única e forte, a meu ver – utopia que já sei irrealizável -, pior ainda foi a divisão entre PSOL e PSOL, que lançou duas candidaturas de tendências diferentes do partido. Não vou colocar em discussão aqui a utilização do Diretório Central dos Estudantes como instrumento partidário, mas a divisão dos próprios partidos. Resultado: o PP levou. A direita.
Assim tem acontecido em sindicatos, diversas instituições. E o PSOL vai ficando cada vez mais nanico. Levou do PT as disputas internas, mas não aprendeu com o partido de Lula a capacidade de transpô-las e se unir no final. Levou o lado ruim, apenas. Desse jeito, vai sumindo do cenário político. Perde importância até em termos de questionamento, de ser pedra no sapato, de fazer pensar.
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